quinta-feira, 15 de junho de 2017

OS TONS DO MOMENTO

OS TONS DO MOMENTO

Bebo a tarde desmaiando em tons agridoce.
Sua textura é suave, tal a brisa após a chuva,
feito o corpo entregue à colheita do depois.
A espessura do silêncio não tem vértice, nem curvas,
só uma sensação que cresce por dentro,
escava a estrutura do amor
como se o mergulho dentro do momento
afastasse o fluxo do tempo, o perigo da solidão.
Recolho a gota de alegria que vislumbro no canto da boca,
assim: um meio-sorriso ingênuo
como que caído de uma fenda imaginária
que abri para a felicidade se aninhar.
O relógio marca uma hora qualquer,
eu agasalho este sentimento que cresce,
à revelia do sim e do não.


Basilina Pereira.

Nenhum comentário: