segunda-feira, 8 de maio de 2017

RECOMEÇO

RECOMEÇO

Não é sempre que se pode recomeçar.
Há perdas que são coices de cavalo selvagem
sobre a última centelha de luz,
areia movediça à espreita do primeiro descuido.
Mas se o dia seguinte vier com chuva na janela
e a grama acender a tocha verde no jardim,
então, quem diria!
até os seixos poderão cantar nos telhados,
ao som da flauta que reabre a vida.


Basilina Pereira

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