RESPINGOS POÉTICOS
Uma
chuva fininha respinga lá fora.
O
poema quer molhar-se a todo custo,
sussurra,
conjura, esperneia,
tanto
faz que não me resta escolha.
Há
tanto mais pra fazer, penso!
Mas
ele trava a manhã com sua urgência,
faz
cócegas em minhas ideias,
embaralhando-as
com seus arroubos incorpóreos
e
não me deixa saída.
O
jeito é interromper a rotina dos pássaros,
colher
o vibrato harmonioso do seu canto
e
deixar que os versos fluam
na
única brecha onde o tempo não importa.
Basilina
Pereira
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