quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O FAROL E OS SONHOS

O FAROL E OS SONHOS

Um pouco de silêncio, um tanto de utopia,
é o que segue manhã afora,
se a maré não der contraordem
e voltar ao ponto de partida.
O sol nem se mostra
e sua ausência vai sendo suprida
por ideias que perfilam inquietas
e, aos poucos, vão se espalhando
entre notícias e navalhas
que invadem os arrecifes do medo.
Entre um minuto e outro, a poesia chama.
Nenhum náufrago chegará à praia
se não acender um farol no peito e sonhar:
com letras miúdas voltando pra casa,
versos soltos querendo abraçar-se
e um poema de amor
que onda nenhuma poderá tragar.

Basilina Pereira


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