segunda-feira, 2 de maio de 2016

TESSITURA




TESSITURA

O poema surge sem saber de onde.
Ainda no ventre da mente,
é só um vulto assustado que flutua,
mimetiza, quer escalar os veios da emoção,
mas esbarra na textura do medo,
nas formas que vem de outros mundos.
No encalço do verso, procura raízes
onde possa fincar seus pilares
e rimar a paz do silêncio com a beleza do sorriso.
Nenhum regaço é pleno, se o amor oscila do lado de fora.
É preciso entremear luz e sombras,
com a paciência de quem faz do tempo
a sentinela do sobrado onde habita a poesia.

Basilina Pereira

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