sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O VOO DA BORBOLETA



O VOO DA BORBOLETA

a voz soluça amputando o meigo da face.
A língua camuflada e trêmula
é testemunha silenciosa:
como no retrato em preto e branco
escondido no espelho da vida.
O verbo pede um poema mudo,
daqueles que revelam o frio na medula,
quando a palavra é despetalada
para dar vazão ao medo de sentir.
Depois, o destino... atrás de janelas abstratas,
como a sacudir as almas que dormem
e também as outras
que, despertas, anseiam pelo momento
de voar com as borboletas.

Basilina Pereira

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