O VOO DA BORBOLETA
a voz soluça
amputando o meigo da face.
A língua camuflada
e trêmula
é testemunha
silenciosa:
como no retrato em
preto e branco
escondido no
espelho da vida.
O verbo pede um
poema mudo,
daqueles que
revelam o frio na medula,
quando a palavra é
despetalada
para dar vazão ao
medo de sentir.
Depois, o destino... atrás de janelas abstratas,
como a sacudir as almas que dormem
e também as outras
que, despertas, anseiam pelo momento
de voar com as borboletas.
Basilina Pereira
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