terça-feira, 17 de novembro de 2015

O MANDAMENTO



Um poema para fechar a tarde.

O MANDAMENTO

Um corpo que ainda sente o refluxo da água
e toda aquela quietude líquida
que vai se juntando...juntando...
até tornar-se azul.
E uma alma, rica de silêncio,
que se abre aos sons menores:
aqueles só sentidos por dentro
na intimidade da emoção.
No meio do espanto, a pergunta:
será isso a felicidade? Onde abrigá-la
para que não se perca no burburinho do concreto?
Pensando bem...não! Não se deve guardá-la,
pode ser que ao libertá-la, ela tenha a chance de crescer
e multiplicar-se.

Basilina Pereira

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