Ainda o espanto
pelos séculos que conservam as mesmas dores
camufladas na semente do homem.
Ainda o susto
pela roda que conduz os pecados novos
em suas engrenagens antigas.
Ainda o sol de antes
a contemplar paisagens, cumes e rios,
impotente ante a miopia do mundo, seja qual for a versão.
Ainda o ódio e o amor,
em palcos duplos sobre o mesmo trilho,
à espera do trem que traga a medida e aponte a direção.
Ainda o tempo
tão lento e tão veloz, na terra e na órbita das estrelas,
reescreve a vida, só não mostra a tradução.
Basilina Pereira
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