quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

RESSONÂNCIA

Se o teu coração mirar o meu,
que seja com astúcia e sutileza,
pois a vida no casulo é estrangeira
e a aura que beija o anoitecer
é translúcida no inverso da corrente,
mas opaca e muito densa no subúrbio da emoção.
Mesmo se me trouxeres o sol por travesseiro
e prometeres que todo o ano tenha o ar de setembro,
ainda assim soará um eco antigo:
perigo à vista, cicatrizes
de uma existência sob a lâmina
que, mesmo inerte, ainda vive.

Basilina Pereira

2 comentários:

Unknown disse...

Ahhh, Basilina, me identificando tanto com esse versos. Que prazer em ler o que você escreve.
Saudades, amada.
Um beijo muito grande

Basilina disse...

Obrigada, querida Clau. Eu também adoro ler seus versos. Eles têm uma sutileza que encantam. Também sinto saudades. Grande abraço.