domingo, 4 de novembro de 2012

INOCÊNCIA


INOCÊNCIA

 

Bem no fundo deste mar

há uma concha bem fechada

lugar certo pra guardar

a pureza preservada.

 

Tantas águas já passaram

e sua crosta  inda resiste

seus veios já se afinaram,

mas a pérola ali existe.

 

Às vezes por atos falhos

 sonhos bons foram ceifados,

tantos gritos nos atalhos

e o horror dos mutilados.

 

Janelas vendem silêncio

e inconfessos patuás,

marcas tristes pelos lenços

perguntam: o que restará?

 

Pouca coisa , com certeza,

da esquecida inocência

flor ardida sobre a mesa

aguarda voz de clemência.

 

Ainda que o sol não venha,

mesmo que a lua se vá,

as estrelas têm a senha

e clamam pra luz voltar.

 

Basilina Pereira

 

 

Um comentário:

Alberto Bresciani disse...

É bom vê-la atualizando o blogue!Criatividade a mil!!!