A SEMENTE
O pensamento é a semente da palavra.
Alguns proliferam:
ganham coragem e voam.
Outros...morrem num olhar.
Basilina Pereira
sexta-feira, 23 de julho de 2010
AS DUAS PONTAS
AS DUAS PONTAS
O tempo é alento e martírio.
Nunca nos salva de querer mais,
quando o riso vem com asas.
E pesa feito uma vida
quando o longe é só fumaça
e o perto não convence.
Basilina Pereira
O tempo é alento e martírio.
Nunca nos salva de querer mais,
quando o riso vem com asas.
E pesa feito uma vida
quando o longe é só fumaça
e o perto não convence.
Basilina Pereira
SUPERSTIÇÃO
SUPERSTIÇÃO
Agosto já não me assusta.
Ele chega com sua missão de varrer a terra
e plantar sob a sombra das árvores
aquele tapete seco que um dia será pó.
E só.
O sol inchado e amarelo quase geme,
fingindo-se de enfermo e maltratado pelo vento.
Mas eu o ignoro e sigo em frente:
mais dois passos e será setembro.
Basilina Pereira
terça-feira, 13 de julho de 2010
O CORTE
O CORTE
O vento da tarde levou todas as minhas palavras.
Vestiu-se de liberdade e, inexorável,
cortou as raízes dos meus versos
que ensaiavam nascer.
Órfã do que dizer,
embrulhei os sentimentos,
mergulhei no sincretismo do crepúsculo
e ousei...
como quem busca o último suspiro da existência.
Mesmo que o silêncio da hora impere,
que a lembrança esteja turva de saudades
e o verbo desconheça o tempo certo...
- o poema sabe de cor –
que a emoção não se pode conter.
Basilina Pereira
O vento da tarde levou todas as minhas palavras.
Vestiu-se de liberdade e, inexorável,
cortou as raízes dos meus versos
que ensaiavam nascer.
Órfã do que dizer,
embrulhei os sentimentos,
mergulhei no sincretismo do crepúsculo
e ousei...
como quem busca o último suspiro da existência.
Mesmo que o silêncio da hora impere,
que a lembrança esteja turva de saudades
e o verbo desconheça o tempo certo...
- o poema sabe de cor –
que a emoção não se pode conter.
Basilina Pereira
ALÉM
ALÉM
A chama que arde em meus pensamentos
não foi feita para queimar.
Sinto seu fragor e ouço o seu crepitar
no fundo de minhas retinas e choro...
são fagulhas de ousadia
que, de repente, pedem asas sonoras,
bem mais amplas que a liberdade.
Não sei a que posso aspirar mais do que sinto.
Mas quero!
Quero viver o dia seguinte
e inventar um passo que me permita ir além...
mesmo sem voar.
Basilina Pereira
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