CENA URBANA
Os edifícios vão acordando aos poucos:
espreguiçam e logo espicham os olhos
para o burburinho que lhes cobre os
pés.
Luzes verdes, amarelas, vermelhas
vão arbitrando o ritmo e a paciência
de quem acordou cedo, passou manteiga
no jornal
e engoliu as notícias sem mastigar,
no afã de afanar alguns minutos.
Sob as marquises,
a impaciência e a inércia convivem lado
a lado.
Ali o frio é sempre maior que a
esperança.
Basilina Pereira
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