segunda-feira, 3 de julho de 2017

OS DOIS LADOS


OS DOIS LADOS

O sol tenta acalentar o frio
que congela por dentro:
no exato ponto onde a alma deveria descansar.
O peito oscila no ritmo da emoção,
segue as batidas que sustentam a vida
e aprende a ser o sopro que abre e fecha as portas
por onde, dizem, transitam todos os sentimentos.
Lá fora, ventos avessos ordenam
que um bambueiro se curve
e derrame folhas no telhado da tarde,
para que o poema tenha onde pousar,
caso o poeta consiga fazer do verso
uma fagulha que aquece os dois lados.


Basilina Pereira

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