DETALHES
No
silêncio da noite, o escuro mostra,
com
nitidez, o que a pressa do dia oculta:
a
frase inacabada, a pergunta sem resposta,
as
apreensões momentâneas
que
inquietam os passos e o pensamento.
O
relógio é só um detalhe
que
picota o tempo e desequilibra a mente:
é
tarde para partir, mas ainda é cedo para chegar.
Portas
e janelas não se entendem: ora querem ser fechadas,
para
suavizar os arroubos do verão,
ora
precisam ser abertas:
há
um horizonte lá fora e asas do lado de dentro.
Enquanto
cisma, o poema rumina seu verso,
tange
a palavra que medra entre um suspiro, um olhar
e
a lembrança de uma voz que cochila
encolhida
entre os lençóis:
há
poesia mais pura do que ver a pessoa amada
respirar
no travesseiro ao lado?
Basilina
Pereira
Um comentário:
Lindo, lindo!
Captas poesia nas delicadezas que a rodeiam! Adoro!
Beijos! =)
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