sexta-feira, 29 de maio de 2015

DISTÂNCIAS

Por algum tempo tudo é eterno
na paralela que se equilibra
sobre a ternura e o calor das mãos.
Por algum tempo o horizonte é o ponto de encontro
entre a magia e o sentimento,
um lugar de repouso onde o poema está a salvo.
Mas o que dizer da aurora que acorda sob espessa bruma,
das noites mergulhadas na insônia,
da febre que corrói a carne
e cala os sonhos que badalavam?
O tempo, em seu casulo de silêncio,
não canta nem chora,
mas desenha caminhos onde as distâncias
só são vencidas pelo amor.

Basilina Pereira

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