De tanto trancar portas
tenho medo de abrir as janelas.
Os meus armários estão fechados,
o meu rádio tem censura
e os chinelos vivem escondidos embaixo da cama.
Notei que as cigarras andam cantando menos,
será por receio das formigas?
O medo anda me pregando peças.
Outro dia vi um filete de sangue
embrulhado no jornal
e uma bala de calibre duvidoso
espreguiçava-se em frente à televisão.
Limpei os óculos e fui molhar as plantas,
pode ser que as formigas estejam em paz.
Basilina Pereira
Um comentário:
Aproveitando o sábado e vivendo poesia.
Bom estar aqui.
Beijo ternurento.
Clau Assi
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