ALTERNÂNCIA
Tenho dois cordões
que controlam meu pensamento:
um avança, o outro recua
e os dois se debatem sobre o ponteiro
que marca sempre a mesma hora.
Enquanto eu ergo os olhos,
uma luz me ultrapassa os cílios
por onde vejo dois faróis:
seus olhos continuam ali, indefinidos.
Se pelo menos houvesse uma fissura
por onde escorresse uma lágrima,
eu saberia...
mas na alternância das sombras,
só esse vinco rugoso
que desconhece
o quanto dói não saber.
Basilina Pereira
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