quarta-feira, 14 de abril de 2010

ALTERNÂNCIA


Tenho dois cordões


que controlam meu pensamento:


um avança, o outro recua


e os dois se debatem sobre o ponteiro


que marca sempre a mesma hora.


Enquanto eu ergo os olhos,


uma luz me ultrapassa os cílios


por onde vejo dois faróis:


seus olhos continuam ali, indefinidos.


Se pelo menos houvesse uma fissura


por onde escorresse uma lágrima,


eu saberia...


mas na alternância das sombras,


só esse vinco rugoso


que desconhece


o quanto dói não saber.


Basilina Pereira

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