quinta-feira, 24 de setembro de 2009

CORAÇÃO MOLDADO

CORAÇÃO MOLDADO Há um coração todo moldado que pensei manter a salvo, mas que nada... está à deriva deste sentimento ingrato, que chora ao cair da tarde e sangra ao nascer do dia. Espalha um clamor ardente no veio escuro da noite e aguarda, com frenesi, o calor de tuas mãos.
Basilina Pereira

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

REBULIÇO DE ALMA

REBULIÇO DE ALMA Guardo ainda aquelas sensações com o mesmo rebuliço de alma. Subversivo momento o que antecedeu o poder da escolha, quase uma convulsão, um impasse de mim mesmo: aceitar a incerteza, a fugacidade do momento e apostar na revoada do amor de um só dia. Nada que não fosse novo... tudo absolutamente imprevisível... e sem tempo para hesitação ou rubores. A pouca luz não escondeu os gestos que, em escalada, inebriaram-se com o cheiro dos lençóis. Há momentos em que o tempo para e...depois de muitos anos, a gente acredita que ele ainda está lá.
Basilina Pereira

ALÉM DO CREPÚSCULO

ALÉM DO CREPÚSCULO Quem é esta flor que irrompe em desalinho feito pássaro na procela? Eu já não a reconheço... Perdi o hábito de pastorear o sentimento que vagava solto em sua frágil felicidade. E eis que, de repente, um tufão... E lá vem ele, aquele descompasso, perdido entre uma batida e outra da velha e cansada emoção. _Flor errante! Quem és tu? Trazes a haste vacilante e a mesma pujança das pétalas, em evidente contraste: sombra e fulgor. Quisera que fosses ainda a metade visível que se reconhece além do crepúsculo e não esta ousadia ingrata que tenta desabrochar e não pode. Basilina Pereira