sexta-feira, 9 de maio de 2008

CAMUFLAGEM

CAMUFLAGEM Não sei se a dor chegou com a tarde ou com o vento que balançou as cortinas do tempo e fez voar a poeira que parecia dormente, camuflada entre os lapsos de silêncio. Ou talvez ela tenha voltado pra espantar o limbo que vivia a escoltar meus pensamentos perdidos entre o resto de memória. O tempo é traiçoeiro. Se por um lado ele eterniza momentos desafiando o muro dos séculos, há o perigo incrustado nos enredos efêmeros quando o corpo e o espírito submissos descuidam da tessitura do veio, fazendo com que a música se apague. São fios de uma mesma meada que tecem o começo e o fim, em descompasso, quando a alma não resiste e sons emaranhados sopram o fogo que torna o horizonte encharcado e escuro como uma explosão nuclear. Sentimentos perdidos, anseios quebrados, por que regressam? Estavam tão bem guardados! Basilina Pereira

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