BEIJO ASSOPRADO
Inda hoje me lembro...
Nossos vultos pisando sonhos,
falando ao vento na encruzilhada,
olhos perplexos,
frases sem nexo,
que só nós entendíamos com o olhar...
Aquela música assobiada
do filme que não vimos, mas ouvimos falar,
a emoção contida, a vislumbrar dias futuros,
atrás dos muros de nossa ingenuidade.
O contorno da praça ainda pergunta
pelos passos que sumiram nas curvas da vida,
a espera do abraço,
que nunca veio.
E aqueles silêncios...tão eloqüentes!
Só maculados pelas batidas de nossos corações.
Lembranças rasgadas...estrelas apagadas...
Foi tudo que restou, além de um único beijo – assoprado.
Basilina Pereira
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