VOO
SOLO
Como
pássaro sem ninho,
percorro
a gravidade do silêncio,
sustentando
a asa que me resta.
À
minha frente,
a
terra é palco de todas as vozes
que
carregam a seiva da liberdade,
ainda assim, presa
a
raízes entrelaçadas no medo de voar só.
É
certo que o tempo descolore os sonhos
que
se tornam opacos,
à
deriva entre as estrelas.
Sem
os reflexos do sol,
tento
desdobrar-me em versos,
refém
desta desta tênue certeza
que
corteja a palavra
e
sussurra: a outra asa, se foi verdadeira,
permanece
invisível, mas indica a direção.
Basilina
Pereira