terça-feira, 28 de novembro de 2017

TUDO MOVE UM POETA

Escrever é preciso,
mesmo que a tarde permaneça calada
e a brisa de mau humor.
A tela, não mais a folha, está inquieta:
ela lê a minha alma e, cúmplice,
apalpa a minha imaginação,
acaricia os vértices mais escuros,
pois é lá...lá mesmo...que estão as fendas
por onde o poema poderá escapar.
E sem ferir o sentimento que reluta,
as letras vão se soltando: olham-se
e, no minuto seguinte,
juntam-se em busca da metáfora,
hoje camuflada numa palavra sem volta.

Basilina Pereira


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