SONETO MÁGICO
O amor faz poesia entre lençóis
e baila terno na leveza de outro corpo,
desata os fios que poderiam ser nós
e, repente, eis a flor em laço solto.
Na penumbra de uma noite sem segredo,
duas bocas numa só voam sem pressa
um sorriso em cada asa vence o medo:
é a magia que só colhe o que interessa.
Gestos brandos oscilam no vão da hora
o tempo é arco, anteparo contra o vento,
voando baixo, sem pressa de ir embora.
Querem prender e eternizar o momento
pois na vida vale menos o que está fora,
fica a magia que envolve do sentimento.
Basilina Pereira