quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O EIXO

O EIXO

Neste mundo aportamos
sem mares, sem caravelas,
nada diz porque chegamos
a este beco de vielas.

E o caminho aí começa
sem manual de instrução
tudo é longe, haja pressa,
correm os pés e as mãos.

Numa aventura tão ampla
o corpo reclama a rede
e a alma, às vezes, descampa
solitária em sua sede.

Uns chegando outros partindo
sem saber como e por quê
e os degraus vamos subindo
pra onde... não sei dizer.

E o segredo assim persiste
além do tempo e da hora
há quem nos campos insiste
e os que partem sem demora.

Cogitam tantos desfechos
dessa viagem sem par
só não decifram o eixo
que faz a roda girar.


BasilIna Pereira

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