AS HORAS
AS HORAS
As horas alimentam-se da compaixão:
COMPAIXÃO
pelos corações que pulsam no ritmo da monotonia;
COMPAIXÃO
por olhares que atravessam o silêncio do jardim,
sem sentir a presença do esplendor que lhes acena;
COMPAIXÃO
dos vultos ocupados, soterrados por paletós e gravatas,
tentando abrir um buraco na tarde
e voar sobre os seus sonhos;
COMPAIXÃO
pelo desejo de fuga dos que marcham sem sair do lugar;
COMPAIXÃO
pelo tempo perdido por quem se esqueceu
da predição da morte;
COMPAIXÃO
...
Basilina Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário