terça-feira, 21 de setembro de 2010

DEVANEIO


Ah! saudade!


Como é bom acariciar o tempo,


momentos distantes, longes dias.


Pensar que o passado pode voltar numa luz,


deslizar sobre o horizonte, qual miragem.


E esses delírios...


que balançam precipícios!


brincam de esconde-esconde,


pegam carona com o vento


e até simulam voo só pra tirar os pés do chão.

A manhã, insistente,

pergunta por minhas asas.

Asas? Não as quero mais, tenho meus versos.
Basilina Pereira



sábado, 4 de setembro de 2010

O RISCO

O RISCO


De través, o verde da pedra.


A hora ignora a sua aparência de trilhos,


que viver é algo assim...


...como poetar.


Tem que se achar a palavra


que caiba no contexto


e deixar o RISCO


cumprir sua trajetória.


Basilina Pereira

AS HORAS


AS HORAS


As horas alimentam-se da compaixão:


COMPAIXÃO


pelos corações que pulsam no ritmo da monotonia;


COMPAIXÃO


por olhares que atravessam o silêncio do jardim,


sem sentir a presença do esplendor que lhes acena;


COMPAIXÃO


dos vultos ocupados, soterrados por paletós e gravatas,


tentando abrir um buraco na tarde


e voar sobre os seus sonhos;


COMPAIXÃO


pelo desejo de fuga dos que marcham sem sair do lugar;


COMPAIXÃO


pelo tempo perdido por quem se esqueceu


da predição da morte;


COMPAIXÃO


...


Basilina Pereira