domingo, 9 de maio de 2010

A TRAMA


A TRAMA


Em ti deposito o meu silêncio:


aquele que protege o teu olhar


na fissura de cúmplice


que abeira o abismo maior


de uma noite suspensa.






Se piso no teu sono,


é que em teu peito quero me aninhar.


Teu ombro me acende os veios trêmulos


e tira todas as dúvidas do lugar,


pra depois deitar teu cheiro


que se espalha ousado pelo ar.


E um berço de horas rege a trama


que o desejo não quer mais ocultar.


Basilina Pereira

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