A TRAMA
A TRAMA
Em ti deposito o meu silêncio:
aquele que protege o teu olhar
na fissura de cúmplice
que abeira o abismo maior
de uma noite suspensa.
Se piso no teu sono,
é que em teu peito quero me aninhar.
Teu ombro me acende os veios trêmulos
e tira todas as dúvidas do lugar,
pra depois deitar teu cheiro
que se espalha ousado pelo ar.
E um berço de horas rege a trama
que o desejo não quer mais ocultar.
Basilina Pereira
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