sábado, 6 de dezembro de 2008

O QUE O TEMPO NÃO LEVA

O QUE TEMPO NÃO LEVA O relógio da parede recusa-se a prender a hora. Em sua trajetória de sonhos, só faz repetir o instante: fragmentos perdidos e não vividos. Ah! como esse pêndulo nos devora... Leva embora o nosso brilho e nos devolve opacidade, até um traço de azinhavre deixa escondido entre lembranças sobrepostas em camadas que, ao final, é quase nada ante a voracidade do tempo que dissolve o homem, faz camuflar as emoções e dissipa a própria mágoa, só não... as idéias que permanecem num casulo e renascem numa gota de orvalho
Basilina Pereira

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