sábado, 29 de setembro de 2007

UTOPIA

Por que sinto este anseio por luz como um lamento mudo do sol ou estrela apagada, que só reluz nas brumas volantes de um denso arrebol? Tenho a alma cheia de noite num céu de agosto, áspero e veloz com manchas sonoras de tons agridoce em sonho distante _ tristeza sem voz. Busco o cheiro do trigo em noite de lua, o calor dos teus olhos nas entrelinhas do céu, e o beijo roubado num canto da rua é o sonho escondido. Que caia o véu! Se o amor que busquei é pura utopia, por que me embalaram com essa verdade? que a manhã traga então a névoa fria e a noite desvende toda a eternidade.

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