GESTOS
A vida é também colher espinhos,
desdobrar o silêncio
e tratá-lo como quem cuida do ninho;
desviar o gesto que vem das sombras,
cobrir a tristeza e a mágoa
até que estejam prontas para as asas;
esconder o verso numa gaiola de ausências
e esperar que o pranto seja ultrapassado
por um sonho brotado de algum poema.
Basilina Pereira