quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

 

ITINERÁRIO

 

Adoro coser as nuvens,

uni-las aos desenhos que salpicam nos telhados,

na grama do jardim

e depois exibir, em perfeição,

o tapete que minha mente vai construindo sem pensar.

No escuro da noite, não há distâncias

e as diferenças não são notadas

por olhos que comem canudos de espinho

e querem devolver folhas secas em pleno verão.

Em noites de estrelas, recolho silêncios;

cuido para que se mantenham na segurança do abrigo,

esqueço as lágrimas e as despedidas.

Se meu tapete resistir aos raios da aurora

é porque avancei um passo

e o dia estará salvo para receber as cores.

Basilina Pereira


Nenhum comentário: