sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

QUISERA

Quisera te encontrar na primavera
num crepúsculo casual feito quimera
e seguir de mãos dadas pelos campos,
 evocando perto e longe os pirilampos.

Sorver as sensações doces e quentes
que percorrem a alma, corpo e mente,
quando a paixão explode em tarde calma
colher o fruto que nasceu da palma.

Quisera te seguir nas tardes tortas,
abrir janelas e fechar as portas,
quando o verão acende os poros, confiante,
e ser tua gueixa, concubina, eterna amante.

Secar tuas lágrimas com a luz do luar,
ser o teu fogo até o inverno passar,
tocar a harpa, se te sentir triste
e descobrir que o outono não existe.

E assim viver contigo toda a vida
numa simplicidade complicada e esquecida
dos amantes que valsaram à luz do dia

sobre as rimas e o encanto da poesia.

Basilina Pereira

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