quinta-feira, 29 de outubro de 2015

POEMA RUPESTRE II

POEMA RUPESTRE II
O sangue a fluir desde a raiz...
abarrota as veias
de amor, medo e esperança.
Na alameda dos sonhos, o que falta
dorme envolto no silêncio da tarde
e o que excede vai sendo plantado na pedra,
é lá que o tempo não passa
e o que nós vivemos
será lembrado em todas as línguas.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

MOVIMENTOS



MOVIMENTOS

Ternura solta no vento,
emoção no fim do dia,
a cor cintila no escuro,
tinge de verde a poesia.

Envolve as folhas no mel
com leveza e magia,
como se a brisa dançasse
a mais linda melodia.

Assim move o sentimento
se é recíproco o ideal,
qualquer instante é perfeito
e espanta o vendaval.

Basilina Pereira


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ROTINA



ROTINA

Gosto de abrir a janela
ao som do sol ou do luar,
no ritmo de uma aquarela
pra ver a vida chegar.

Também espero outras coisas
todas em tons de alegria
sempre buscando os acordes
de amizade, amor, poesia.

E cuido para que os olhos
não pisquem em demasia,
a fim de que os bons momentos
pintem as cores do dia.

Basilina Pereira

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

POR VEZES



POR VEZES

A mão que arrisca o verso
é a mesma que desfolha o dia.
Dentro dela há vértices e raízes
e quando a natureza transmuta
brotam luzes nas asas da borboleta
e o poema, redimido, se revela.

Basilina Pereira

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

SINFONIA PARA CAVALOS



SINFONIA PARA CAVALOS

Eles têm a leveza dos ventos
e sabem balançar as crinas
com harmonia e afinação.
Na pelagem, o sol inaugura o seu brilho
e nos olhos há qualquer coisa que canta,
assobia e de repente se cala,
como para embalar a sua própria respiração.
Em manadas, cospem estrelas
e ensaiam seu batuque nas patas:
são astros selvagens e belos,
às vezes feras lapidando a poesia.

Basilina Pereira

domingo, 18 de outubro de 2015

REINVENÇÃO


REINVENÇÃO

De tudo que se reinventa
brota a pergunta
no arroio do depois.
Do que ficou de fora
sobram respostas
de um tempo que ainda não veio,
do pássaro que perdeu o ninho
e do sopro que fugiu do vento
e virou poesia.

Basilina Pereira